Hoje, 11 de fevereiro, é comemorado o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência. Essa data foi instituída em 2015 pela Assembleia das Nações Unidas e passou a integrar o calendário de eventos da Fundação em 2019. Sob a liderança da Unesco e da ONU Mulheres, o evento acontece em diversos países, com atividades que visam dar visibilidade ao papel e às contribuições fundamentais das mulheres nas áreas de pesquisa científica e tecnológica. Hoje, queremos apresentar para vocês algumas grandes cientistas brasileiras que vem trazendo contribuições fundamentais nas mais diversas áreas.
1. Jaqueline Goes de Jesus e Ester Cerdeira Sabino
As duas pesquisadoras foram as responsáveis pelo sequenciamento do genoma do primeiro caso de coronavírus no Brasil. O estudo foi publicado apenas dois dias após a verificação do primeiro paciente com a doença no Brasil.
Ester Sabino é diretora do Instituto de Medicina Tropical (IMT) da USP e coordenadora do Centro Conjunto Brasil-Reino Unido para Descoberta, Diagnóstico, Genômica e Epidemiologia de Arbovírus (CADDE), que é apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de S. Paulo (Fapesp) e pelos britânicos Medical Research Council e Fundo Newton.
Jaqueline Goes é pós-doutoranda na Faculdade de Medicina da USP e bolsista da FAPESP. A cientista desenvolve pesquisas na área de arboviroses emergentes e faz parte do ZiBRA project – Zika in Brazil Real Time Analysis, um projeto itinerante de mapeamento genômico do vírus Zika no Brasil. Durante o doutorado, contribuiu para o aprimoramento de protocolos de sequenciamento de genomas completos pela tecnologia de nanoporos dos vírus Zika e HIV.
2. Nadia Ayad
Nadia Ayad é uma carioca formada em Engenharia de Materiais pelo Instituto Militar de Engenharia (IME). Em 2017, estampou manchetes ao vencer um concurso mundial organizado pela companhia sueca Sandvik sobre aplicação de grafeno. À base de carbono, o grafeno é o material mais fino e mais forte já criado, além de ser transparente e um excelente condutor de calor.
Quando estava na faculdade, Nadia pesquisou suas propriedades e avanços recentes relacionados, até ter a ideia de usá-lo em um sistema de filtragem e dessalinização de água para reciclá-la e assim, combater, a escassez em regiões necessitadas, como as semiáridas e áridas. Ou seja, sua descoberta tinha potencial de tornar potável a água desses locais.
3. Sayuri Magnabosco
Sayuri Magnabosco nasceu em Dionísio Cerqueira, em Santa Catarina. Ainda no ensino médio, no qual se formou com o 2º melhor desempenho acadêmico dentre 334 formandos, desenvolveu uma embalagem biodegradável de cana-de-açúcar para substituir bandejas de isopor, material que não é reciclável.
Hoje ela faz graduação em Engenharia com major em Engenharia Biomédica na Dartmouth College, nos Estados Unidos, onde atua também como assistente de pesquisa. Entre os projetos a que tem se dedicado estão a produção de anticorpos monoclonais para criar a primeira vacina contra o citomegalovírus (CMV) e avaliações de um novo dispositivo usado em estudos sobre diagnóstico não invasivo de doenças infecciosas.
4. Carolina Guimarães
Desde os 8 anos, Carolina Guimarães participa de olimpíadas científicas. No ensino médio, representou o Brasil em competições internacionais de astronomia no Uruguai e na Indonésia, trazendo para o país muitas medalhas e menções honrosas.
Na mesma época, criou sua própria plataforma de ensino, chamada Cálculo Zero. Disponível na internet, a iniciativa despertou o interesse de 20 mil estudantes pelo Brasil. Ainda no ensino médio, a jovem também desenvolveu um software didático para uma bicicleta ergométrica geradora de energia.
Carolina estuda Ciência da Computação e Matemática na Universidade Yale, nos Estados Unidos. Quando voltar ao Brasil, quer usar a tecnologia para trabalhar com educação de impacto.