A dissertação desenvolvida por João Coelho Garcias Neto no Mestrado Profissional em Engenharia de Software (MPES) da CESAR School compõe uma importante publicação recém-lançada sobre mineração urbana. Feito com a orientação de Rodrigo Pessoa Medeiros, professor do MPES, e a colaboração de Lúcia Helena Xavier, bióloga pela UFRJ, o projeto trata de sistemas informatizados para a gestão de resíduos de equipamentos eletroeletrônicos, conhecidos pela sigla REEE. O artigo contempla o capítulo 10 da publicação Mineração Urbana – Conceitos e análise do potencial dos resíduos eletroeletrônicos.
Mineração urbana é a obtenção de matérias-primas tendo como fonte os resíduos eletrônicos e da construção civil. Esses materiais podem (e devem) voltar ao ciclo produtivo ao serem reaproveitados e transformados em novos produtos. Esse processo de reciclagem é especialmente comum com materiais como ouro, prata, cobre, platina, alumínio e aço. “O uso de sistemas informatizados tem como objetivo auxiliar os processos de estruturação, gerenciamento e decisão, no âmbito operacional ou administrativo e demanda uma estrutura adequada de hardware e software. O principal objetivo da implementação é reduzir o custo de gerenciamento e, ao mesmo tempo, reduzir o nível de incerteza e otimizar os processos decisórios”, diz o texto da dissertação de João Coelho, em sua introdução.
A pesquisa feita no MPES se torna ainda mais relevante diante do cenário de reaproveitamento no país, que desperdiça verdadeiras jazidas de minerais nos centros urbanos. “Poucos sistemas encontram-se estabelecidos no Brasil com o propósito de viabilizar o gerenciamento ambiental, ou mais especificamente a gestão de resíduos. No segmento dos REEE, há ainda menos recursos informatizados que viabilizem desde a estruturação das cadeias de suprimentos até o auxílio ao processo decisório”, destrincha o texto.
O volume de geração de REEE, no Brasil, em 2019, foi estimado em mais de 2 milhões de toneladas, o que equivale a mais de 10 quilos por habitante anualmente. “Se informações como estas estivessem disponíveis de modo sistematizado, seria possível a elaboração de políticas públicas, bem como estratégias direcionadas para o gerenciamento eficaz e processos decisórios mais assertivos dos REEE”, conclui a dissertação.
Com editoração de Lúcia Helena Xavier e organização de Marianna Otoni, o livro está disponível para leitura AQUI.
Foto: Emerson Ferraz/GPE/Secom