Da pesquisa na CESAR School para as ruas do Recife. Da capital pernambucana para a capital inglesa. O projeto Circuito Digital da Poesia, idealizado pelo colaborador do CESAR Vladimir Barros durante o Mestrado em Design na School, será apresentado nesta quinta-feira em um dos maiores eventos acadêmicos de tecnologia do mundo, o Computing Conference, em Londres. A análise da experiência do usuário aprimorada ao usar Realidade Aumentada em espaços públicos é a pauta da discussão, dentro da sessão temática Cidades Inteligentes. O designer e pesquisador pernambucano é um dos três brasileiros participantes da conferência e o único das regiões Norte e Nordeste.
A dissertação virou livro (disponível AQUI), parte do acervo da biblioteca da CESAR School, onde o autor explica como as Realidades Imersivas podem potencializar a experiência do usuário nas obras de arte espalhadas pela cidade. O projeto foi além: as 18 estátuas do Circuito da Poesia do Recife ganharam um QR Code, afixado nas placas de identificação. Com o código digital, escaneado pelo smartphone, o público tem acesso a um áudio sobre o personagem e a um vídeo cênico, com trechos da obra de cada poeta imortalizado.
“Fiquei muito feliz ao saber da oportunidade de estar com uma galera altamente especializada em um dos maiores congressos de computação do mundo. É um evento com foco na aplicabilidade real, onde avaliam a possibilidade de o projeto atingir muitas pessoas, com bastante cunho social”, explica Vladimir, que é graduado em Design pelo IFPE e pela UFPE e que, na CESAR School, concluiu pós-graduação no curso de Artefatos Digitais e o Mestrado em Design. O Circuito Digital da Poesia também foi apresentado em abril no IHIT, evento organizado em Estrasburgo, na França.
O Circuito Digital da Poesia foi desenvolvido por Vladimir em conjunto com o programador Erick Simões e o artista 3D Carlos Burgos, também colaboradores do CESAR. A ideia do projeto é proporcionar ao público uma imersão virtual sobre os poetas e manter ativa a memória das esculturas, alvos frequentes de degradação. “Se as pessoas conhecessem mais a história das estátuas, talvez não ocorresse tanto vandalismo”, reflete o idealizador.
As estátuas integram o roteiro cultural e turístico da capital e reverenciam artistas como os escritores João Cabral de Melo Neto, Carlos Pena Filho e Manuel Bandeira e os músicos Luiz Gonzaga, Capiba, Reginaldo Rossi e Chico Science.