Um vídeo feito em poucos dias deveria contar, em um minuto, um problema e uma solução inovadora. Seria o passaporte para a edição 2020 do Red Bull Basement, um evento mundial que objetiva incentivar estudantes a refletir sobre saídas. Um grupo da CESAR School fez esse trajeto e conquistou o 4° lugar entre 312 equipes competidoras do País.
“Começou com uma maratona”, conta a aluna Amanda Gondin, do 1° período do curso de Design na School. “Na sexta, tivemos uma mentoria; tínhamos até o domingo para enviar o vídeo”, resume. O vídeo era uma etapa prévia, antes do hackthon, uma seleção interna. A equipe foi mentorada pelos professores da CESAR School, Gustavo e Guilherme.
O tema, “Muros invisíveis, desconexão da universidade com seu entorno”, já tinha o título provocativo, mas precisava ter também um bom argumento para seguir. “A gente quis falar como as universidades no Brasil são ricas em conhecimento, com capacitação alta, ao mesmo tempo que o nível educacional aqui é muito baixo. Falamos sobre esses ‘muros invisíveis’ que são criados entre as universidades e as comunidades”, relembra Amanda. A ideia era criar uma conexão entre os dois universos e meios de compartilhamento de conhecimento e experiências.
O tema já estava em discussão entre os alunos. “Como a gente estava achando incrível a experiência de estudar no CESAR e é uma pena que nem todo mundo consiga ter isso, especialmente quem não tem tantas condições”, conta Amanda. “A ideia é pegar esse conhecimento e, no futuro, criar projetos para tornar a acessibilidade possível”.
Uma semana foi o tempo para colocar as ideias no papel. “Eu não sabia como era a realidade de um hackathon. Aliás, eu nem sabia o que era. Quando eu vi, já estava dentro, e nossa vida ficou dedicada a isso”.
Votação pública
“A gente não imaginava que era tão grande. Quando eu vi, já estávamos virando a noite conversando sobre o projeto”, conta Amanda. O esforço se reverteu em 1162 votos em uma “eleição” pública e um lugar no “top 5” do País.
Projetos fazem parte do dia a dia dos alunos da CESAR School, mas, naquela semana, o foco virou o hackthon da Red Bull. “Foi muito diferente de qualquer outra experiência. Não imaginava nunca passar por nada tão intenso. A gente ia madrugada adentro em reuniões. Todo dia”.
O vídeo oficial não precisaria ser uma peça tão bem feita; o objetivo é vender uma ideia, sem compromissos estéticos. “Fizemos um estudo de vídeos de edições anteriores e vimos que o pessoal, realmente, não investia muito no audiovisual. Mas a gente tinha integrantes que sabem editar, que têm canal no YouTube e que sabe atuar. Por que não fazer um vídeo massa?”. O investimento foi certeiro.