Com o volume de dados produzidos hoje, a organização e a utilização de todas essas informações vêm se consolidando, cada vez mais, como essencial para todas as áreas de conhecimento. No protagonismo está a Computação e, em especial, a Inteligência Artificial (IA) e suas subáreas. E embora haja ainda reticências, muitos profissionais já demandam a criação de (novas) ferramentas tecnológicas. Foi o que motivou o Grupo de Pesquisa (GP) em dados jurimétricos coordenado pela professora da CESAR School, Ana Carolina Salgado.
“Tenho uma longa história de pesquisa na área de ciência de dados. Esse volume de dados que temos hoje, com redes sociais, internet, gera um campo imenso de estudos”, diz Ana Carolina, que atendeu ao chamado dos doutorandos Anderson Silva (CESAR e CIn-UFPE) e Cristina Araújo (CESAR School) e do mestrando Josemario de Souza Júnior (CESAR e CIn-UFPE). Josemario e Cristina têm formação também na área jurídica; Anderson é um veterano na área de IA.
“A criação do grupo de pesquisa veio de uma demanda de estudantes de Direito da UFPE, porque já existe muita tecnologia voltada à aplicação jurídica, mas o curso não prevê. Muito provavelmente, o fruto dessas pesquisas vai ser uma ferramenta de uso prático”, explica Anderson.
Com orientação de Carol Salgado, Anderson, Cristina e Josemario trabalham com dados jurídicos, na agregação de conhecimento, pesquisando as principais linhas disponíveis. “Para atuar, hoje, um advogado precisa ler muito precedente jurídico. E sabemos que a Inteligência Artificial pode fazer isso. Uma das empresas mais conhecidas é a Ross, nos Estados Unidos. No Brasil, temos algumas, como a Kurrier e a Intelivix, e trabalham com dados jurimétricos”, diz Anderson.
A resistência ao uso de ferramentas será arrefecida com o tempo e o tradicionalismo poderá se alinhar à tecnologia. “Já vemos esse cenário se modificar. Grandes escritórios aqui no Recife já têm um setor de TI, todas as áreas que trabalhamos serão impactadas pela IA. Os entraves serão quebrados quando os resultados começarem a ser explícito”, aposta o doutorando.
Dados jurídicos
Com a jurimetria, é analisada a qualidade do dado jurídico, dados são organizados e ajudam na tomada de decisões. “Para tudo isso, você pode usar uma série de técnicas da computação, como o Processamento de Linguagem Natural, como a Análise de Sentimentos (que detecta conotação positiva ou negativa) e a grande área que é a IA”, explica Ana Carolina Salgado. Os resultados vêm de um misto de técnicas: o conhecimento em computação e tecnologias associadas para resolver problemas da área jurídica e a proteção de