“Diretrizes Projetuais para Vestimenta Antichama: Uma Proposta A partir de um Estudo de Caso” é o título da pesquisa que a mestranda pela CESAR School, Samantha Camara, defende em 10 de fevereiro. A formação em moda está diretamente ligada à escolha do tema, que veio da inquietação da pesquisadora acerca de questões que envolvessem, nesse universo, ergonomia, design e adequação de produto ao usuário. Graduada em Design com habilitação em Moda, Samantha é professora de ensino superior em Design e Moda na faculdade Senac e comenta que a escolha pela School foi “a melhor” que já tomou na vida. “Contribuiu demais com a profissional que sou hoje”.
Escolha do tema
Meu tema foi definido a partir de minhas inquietações sobre a área de moda, ergonomia, design e adequação de produto ao usuário. Desde quando eu entrei no CESAR, queria fazer um estudo sobre vestuário (minha área de formação) e ergonomia. Então, andando pelas ruas do Recife, ficava sempre observando as pessoas e suas atividades e pensei em contribuir com a atividade do técnico de postes, rede energizada, para tentar melhorar e contribuir com suas atividades Até porque passamos mais tempo no trabalho do que em casa.
Decorrer da pesquisa
Houve mudanças no decorrer. Primeiramente, o tema. Quando iniciei, eu queria fazer um estudo sobre moda e tecnologia. Inclusive, minha qualificação foi com base nesse cenário. Porém, estudando e pesquisando mais, foi necessário modificar o projeto, que teve dois ajustes antes de sua finalização.
O primeiro se deu ao ajuste do comitê de ética, pois a ideia era trabalhar com uma empresa prestadora de energia para entrevistar seus colaboradores, atividades e necessidades. Porém, as duas empresas que estavam no processo de condução do estudo desistiram no ato de colher os dados. Desta forma, o ajuste foi voltar para um estudo de caso a partir da análise das vestimentas (uniforme) destes colaboradores. Diante da pandemia, vários ajustes tiveram que ser feitos, pois como não estava podendo fazer entrevistas e análises diretas com o técnico, precisavam ser reavaliadas para o estudo poder seguir o fluxo.
Pensei, em primeiro momento, pesquisar as roupas dos garis. No entanto, pensando em grau de risco iminente ao não uso correto do uniforme, mudei o olhar para os técnicos de rede elétrica, que ficam expostos a muitas variáveis quando estão em atividade. Uma delas é que utilizam um vestuário quente, pesado e que se não tiver as adequações técnicas necessárias, pode facilitar acidentes fatais.
Desta forma, pensei em analisar a vestimenta antichama a fim de investigar possíveis falhas na mesma e poder adequá-las para a fase projetual. Afinal, na indústria, o que muitas vezes se observa é apenas o funcionamento e o lucro de determinado produto quando, na verdade, porém precisamos nos preocupar com toda uma adequação ao uso. Afinal, se o usuário não está confortável em usar determinado equipamento pode vir a desenvolver, utilizar e até mesmo deixar de usar determinadas coisas importantes por incomodarem em seu corpo.
Percepção acerca do objeto de estudo
Este estudo contribuiu demais com minha formação, pois inicialmente não tinha ideia que para cada atividade e potencial risco (voltagem da energia) seriam uniformes diferentes, apesar de serem a mesma base (estética). Contribuiu para que eu entendesse melhor sobre os testes desenvolvidos com relação ao tecido destes uniformes e principalmente para a conclusão da pesquisa, pois foi identificado que a preocupação das empresas está voltada apenas ao tecido usdo na fabricação, não em adequar estes uniformes aos seus usuários. Assim, o estudo contribui em análises da vestibilidade do mesmo, indicando melhorias em sua projetação.
Próximos passos
Pretendo continuar o estudo no Doutorado, com análises mais aprofundadas em relação às tecnologias utilizadas em sua fabricação têxtil e como contribuir com tecidos mais leves à nossa região. Isso poderá mudar uma cadeia toda de produtos industriais, contribuindo para outros uniformes e profissionais que necessitam deste tipo de vestimenta.