Marcelino Soares, formado em Ciência da Computação desde 2018, trabalha em sua área de formação como engenheiro de testes na Liferay. Além disso, acaba de finalizar a especialização em Testes Ágeis na CESAR School. Poderia não chamar tanta atenção se ele não fosse uma pessoa com deficiência (PcD) e estivesse seguindo de encontro às estatísticas.
Primeiramente, por estar empregado. Marcelino faz parte de um pequeno grupo de PcDs que tem emprego formal, apesar de o Brasil ter uma lei que estabelece que empresas com mais de 100 funcionários no país têm que ter entre 2% e 5% de seus cargos preenchidos por profissionais com alguma deficiência. Claramente a regra é descumprida: segundo dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), em 2018 havia em torno de 486 mil PcDs empregados – ou 1% do total de ocupações no mercado formal.
“A área de TI (tecnologia da informação) ainda é muito restrita, pois muitas empresas estão começando a acessibilidade. Sei que posso abrir portas para outras PcDs”, conta Marcelino, que se sente encorajado a seguir.
A formação na School é ainda mais especial para o engenheiro de testes, que tinha o sonho de ingressar na instituição. “Quando entrei na CESAR School foi uma grande alegria e, ao mesmo tempo, um desafio. Afinal, a School é a elite da TI. Conheci através de amigos da área e de pesquisas”, diz. Marcelino está ciente de que é uma exceção, mas não acha que já alcançou. “Para minha família, o local onde estou é uma realização, mas eu penso que tem muita coisa a ser feita ainda”.
“Eu acompanhei de perto a chegada de Marcelino à Especialização em teste ágeis. Antes mesmo de ser aluno, Marcelino e sua mãe visitaram a CESAR School. Eles conheceram a estrutura do prédio e conversaram com as pessoas da coordenação. Nesse mesmo dia, ficamos sabendo como Marcelino estava animado para cursar a especialização”, conta a coordenadora do curso, Larissa Soares, que também lecionou em duas disciplinas na turma em que Marcelino era aluno. “Nas duas oportunidades, a dinâmica de aula com Marcelino foi bastante positiva. Ele sempre foi um aluno participativo e curioso. E curiosidade é uma qualidade essencial aos testadores. Além disso, eu ajudei Marcelino durante o desenvolvimento do TCC, que representou muito bem a conclusão desta jornada de aprendizado. Uma jornada que foi especial para Marcelino, para os demais alunos e para a CESAR School.”