As pesquisas do professor da CESAR School Vitor Coutinho focam em processamento digital de sinais. Seu objetivo é criar algoritmos mais modernos, mais leves e eficazes, para compressão e descompressão de dados, sejam eles imagens, vídeos ou sons. Dois de seus artigos sobre o tema foram publicados pelos prestigiados Instituto de Engenheiros Eletrotécnicos e Eletrônicos (a estadunidense IEEE) e pela Elsevier (holandesa, referência em conteúdo científico, técnico e médico). Ambos periódicos Qualis A.
Vitor é engenheiro eletrônico, doutor em engenharia elétrica na área de telecomunicações e tem carreira iniciada no Porto Digital, onde atuou na área de embarcados até iniciar um mestrado com dedicação exclusiva.
“As duas publicações são essencialmente na área de processamentos digitais, de compressão de imagens e vídeos digitais. Na forma mais bruta, os dados ocupam muito espaço e isso é péssimo para transmissão e armazenamento das informações. Os algoritmos de compressão (e descompressão) servem para resolver isso”, simplifica o professor.
É o que acontece nas plataformas de streaming, exemplifica Vitor, explicando que elas só são possíveis por causa da velocidade da internet e desse processo de compressão de dados, dos “dois lados”. Do lado do receptor, continua o pesquisador, o arquivo perde parte da qualidade, mas o objetivo é que o algoritmo seja eficiente ao ponto da perda ser mínima.
Aí você pensa: “um computador potente faz isso fácil”. Sim, verdade. Mas, pondera Vitor Coutinho, o objetivo é possibilitar excelentes resultados para máquinas inferiores, sem tanto poder de processamento, como dispositivos de internet das coisas (IoT), dispositivos médicos implantáveis, redes de sensores sem fio, wearables, dentre outras tendências tecnológicas.. Com o algoritmo estudado por Coutinho, o custo é menor que os tradicionais e tem-se uma ferramenta mais leve, que reduz o custo com energia, circuitos menores e tempo de execução também menor que os tradicionais, que foram desenvolvidos ainda na década de 1970 e otimizado em 1989 (referindo-se à DCT, sigla para Discrete Cosine Transform).
Em um dos artigos, Vitor Coutinho registra que o algoritmo reduziu em torno de 90% o tempo de processamento de imagens tridimensionais médicas. Isso significa menos uso de bateria e mais rapidez para imagens que geram diagnósticos, visando uso em máquinas bem simples. “A gente usou um processador de baixo custo, de US$ 1 para simular num cenário de escassez de processamento. Reduzimos o tempo de processamento da imagem de 30 para 3 segundos”.
Sobre a publicação de seus artigos em periódicos renomados no campo da pesquisa, Vitor Coutinho ressalta a importância de tornar esses estudos “visíveis”. “São periódicos internacionais, os dois têm grande impacto. Do ponto de vista pessoal, acredito na importância de que outros pesquisadores vinculem o trabalho ao meu nome e ao do CESAR. Estamos em meio a pesquisas de muitas instituições de ponta da área, de universidades de diversos países do mundo. É essencial manter esse fluxo de informações”, destaca.