Alunos do primeiro período de Design e Ciência da Computação da CESAR School desenvolveram um projeto bastante elogiado e alinhado com o mês de comemoração do orgulho LGBTQIA+. O Simplifica+ funciona como uma plataforma na web para – como o próprio nome sugere – simplificar o acesso da população desses grupos identitários ao serviço de saúde mental do Sistema Único de Saúde (SUS). O trabalho é voltado ao público da Região Metropolitana do Recife e será apresentado na próxima semana à Coordenação da Política Municipal de Saúde Integral da População LGBT+, para levar o plano teórico à prática.
“Na disciplina da graduação, a gente cria o projeto, o que inclui código e protótipo. Mas, além de ser recomendado pelo orientador, nós temos vontade de levar ele pra frente”, explica Júlio de Abreu, estudante de Design. Do mesmo curso, Maria Clara Castanha também faz parte do grupo. Somam-se a eles os alunos de Ciência da Computação João Pedro Cordeiro, Lucas Gominho, Anthony Kevin, André Cavalcanti, André Carvalho e Matheus Victor. Os orientadores são os professores Rodrigo Rios e Pietra Ranucci.
São quatro ambulatórios integrados, sendo dois no Recife, um em Camaragibe e outro em Jaboatão dos Guararapes. No entanto, para ser atendido no de Camaragibe, por exemplo, é preciso comprovar ser morador da cidade – o que nem todos sabem, gerando deslocamentos desnecessários. “Além de informar o local em que a pessoa usuária pode ser atendida, o serviço também traz conteúdo educacional e permite com que as pessoas sinalizem interesse em agendar uma triagem no ambulatório que ela pode ser atendida. A partir daí, o ambulatório entrará em contato com ela”, explica Júlio.
O Simpifica+ também oferece o serviço de escuta. “Se necessário e urgente, encaminhamos a pessoa para uma conversa no WhatsApp com um profissional de um dos ambulatórios”, diz Júlio.
ACOLHIMENTO
O grupo partiu da necessidade de entender a situação da saúde mental da população LGBTQIA+ no contexto de isolamento social em enfrentamento à pandemia do novo coronavírus. Foi realizado o cruzamento de dados sobre os temas mais próximos da questão, coletados através da metodologia desk research.
Segundo a pesquisa apurada pelo grupo, intitulada Diagnóstico LGBT+ na pandemia, cujas fontes foram o coletivo #VoteLGBT e a agência Box 1824, que ouviram 9.521 pessoas, “saúde mental é a maior preocupação da população LGBT+ nesse período”. E as duas maiores causas foram o afastamento da rede de apoio e o sentimento de solidão.