Os projetos do Mestrado Profissional em Engenharia de Software da CESAR School são exemplos de como problemas complexos e reais podem ser solucionados de maneira inovadora. Três deles, desenvolvidos pela turma MPES 2020.2, terão as apresentações finais realizadas nesta sexta-feira, às 16h, via Zoom e abertas a outros estudantes, professores e profissionais da área. Dois dos produtos gerados a partir dos trabalhos, o Horus e o Genesys, estão relacionados com learning analytics, focados em PBL (a metodologia de aprendizagem baseada em problemas), para fazer análises sobre o desempenho educacional de estudantes. Já o Hear é baseado em aprendizagem de máquina para identificação de imagens de violência doméstica contra mulheres.
Para auxiliar o professor na aplicação e acompanhamento de projetos usando PBL, o Horus permite cadastrar projetos com cronogramas, briefing, cliente, entre outros. Também possibilita a criação de equipes balanceadas por meio de inteligência artificial, baseado em dados de questionários criados e aplicados pelo docente. Outro atributo é oferecer autonomia na montagem desses grupos e a vinculação deles a projetos.
Sobre a formação de equipes, o projeto é capaz de aumentar a qualidade no processo, facilitar as tomadas de decisão, adequar conforme as habilidades dos integrantes, agilizar a implementação dos times e escopos do PBL, ampliar a produtividade equilibrando as habilidades dos alunos, entre outros fatores. “Pela dificuldade no processo de criar equipes, efetuar levantamento das hard e soft skills e experiências, identificou-se a necessidade de se criar uma plataforma de learning analytics para acompanhamento de projetos PBL”, discorre o texto de apresentação. “Nossa equipe trabalha com o conceito de entregar valor para o cliente, de forma colaborativa, usando o que se tem melhor no mundo da agilidade. Buscando sempre alta performance, dedicação e empenho para que a solução oferecida seja de impacto nos resultados de nossos clientes.”
Outro projeto inovador na área da educação desenvolvido pela turma do MPES 2020.2 da CESAR School, Genesys se debruça na dinâmica das redes sociais, aplicações colaborativas, vídeos do YouTube, entre outros. Os dados gerados por essa jornada dos estudantes pelo ambiente virtual são vitais para entender e tentar melhorar o processo de aprendizado. Em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados, as aplicações do time Genesys vão aonde os alunos estão, e estes tem total controle sobre os dados coletados. Tudo com o máximo de privacidade e segurança.
Esse dados são aplicados para a melhoria do aprendizado. “Os estudantes estão na rede, mais do que nunca. E cada vez mais vão estar, à medida que novos artefatos digitais são incorporados no nosso dia a dia produtivo. Quantos mais dados são analisados pelos algoritmos da Genesys, melhor conseguimos identificar padrões, outliers, tendências. Nossas aplicações ficam mais inteligentes a cada dia”, diz o texto de apresentação.
“São dois projetos inovadores, vindo do Mestrado do CESAR, para aplicar inteligência artificial no contexto de educação, com o desenvolvimento de uma ferramenta de apoio tanto ao professor quanto ao time”, diz a doutora em Ciência da Computação e professora da CESAR SCHOOL, Ana Paula Furtado.
APP CONTRA A VIOLÊNCIA
Um dos cinco finalistas do EU-Brazil Innovation Pitch 2019, o projeto Hear: Helping Everyone to Actively React (Ouvir: Ajudando Todos a Reagir Ativamente, em tradução livre) é uma plataforma para identificar casos de agressão contra mulheres. A iniciativa, coordenada por Ana Paula Furtado, também será apresentada pela turma da CESAR School nesta sexta-feira. “Usamos a tecnologia para resolver um problema social. Uma ajuda nesse momento crucial pode impedir que a vítima se torne mais uma mulher nas estatísticas de feminicídio no país”, reflete a professora, em relação ao crescente número da violência, que coloca o Brasil no 5° lugar do ranking mundial de feminicídio, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH).
Com uso de inteligência artificial, o aplicativo identifica situações de violência e aciona em tempo real a comunidade de usuários do app, sem precisar que a vítima aperte qualquer botão ou esteja on-line. Após a instalação no celular, a tecnologia capta sons do ambiente e analisa possíveis agressões a partir de palavras-chave ou por meio do sentimento na voz da usuária. Ao identificar, uma notificação é enviada a outros usuários cadastrados na plataforma, com informações de localização e horário da ocorrência. Essas pessoas decidem de qual forma podem ajudar a vítima, como no caso de acionamento da polícia.
O Hear está integrado à EKMA, uma fábrica de software, sem fins lucrativos, voltada para a promoção da inovação através da pesquisa. Fundada no Mestrado Profissional de Engenharia de Software da CESAR School, a EKMA é uma das principais fábricas de solução do Brasil.