Ao iniciar suas pesquisas acerca da aplicação da Internet das Coisas (IoT, sigla em inglês para Internet of Things) em contextos que envolvem animais, o engenheiro de teste da Regional Manaus do CESAR, Roberto Júnior, percebeu que havia escassez de artigos no segmento de cães, gatos e outros. A lacuna acabou sendo mote do trabalho de conclusão de mestrado dele na CESAR School: Aplicação de IoT no contexto animal: Uma revisão sistemática.
Bacharel em Ciência da Computação, Roberto trabalha com IoT e esse universo já era cogitado para a pesquisa do mestrado em Engenharia de Software. “Existe um aumento do interesse pela pesquisa em IoT nos últimos cinco anos, que quase duplicou nesse período. No entanto, mais de 70% das publicações (acerca de animais) dizem respeito a animais de fazenda e quase não há sobre os domésticos”, detalha.
A revisão sistemática construída por Roberto organiza a literatura para uma área promissora. Além de os parâmetros econômicos mostrarem que o mercado pet no Brasil é ascendente e lucrativo, há ainda nichos não explorados e que já apresentam demanda. Segundo ele, os artigos encontrados são, em maioria, de países da Ásia e relatam soluções para tutores que precisam deixar animais sozinhos em casa, com monitoramento da alimentação dos pets, a procura por equipamentos rastreadores, em caso de fuga, e até ferramentas para medir o humor dos bichos.
A ideia de pesquisa inicial de Roberto – desenvolver um rastreador para pets com uso de app e bluetooth 5.2, uma tecnologia recém lançada que permite alcance de longas distâncias – esbarrou em limitações técnicas do mercado em fornecer itens como placas suficientemente pequenas, leves e eficientes para caber em uma coleira, por exemplo. “Em pleno ano de 2021, ainda há animais que fogem e os donos não conseguem mais encontrar. A tecnologia que eu previa usar é nova e demora um tempo para que as empresas desenvolvam equipamentos. Não existe ainda o que estava procurando”, explica.
Revisão sistemática
Roberto vê que a revisão sistemática desenvolvida durante o mestrado na CESAR School servirá como ponto de partida para pesquisas futuras. “Os pesquisadores vão saber quais tecnologias são usadas hoje em dia, quais são as motivações, equipamentos utilizados e, principalmente, as limitações que existem e que precisam ser pensadas”.
No caso de IoT para animais domésticos, Roberto listou algumas limitações já aparentes para o desenvolvimento de artefatos. A primeira delas é o alto consumo de bateria; depois é preciso desenvolver uma solução leve, que não atrapalhe a qualidade de vida dos animais. “Por fim, é necessário pensar na precisão da ferramenta. Como a bateria é limitante, não se conseguiria transmitir as informações em tempo real”.