Uma pesquisa apresentada no ano passado, a Retratos da Leitura no Brasil, indicou que o país passou por uma redução de 4,6 milhões de leitores entre 2015 e 2019: o percentual caiu de 56% para 52% da população nacional. Com a falta de hábito para leitura e dificuldade de acesso aos livros, todo estímulo e dicas são bem-vindos. A gente convidou, então, o professor Luiz Araújo, da CESAR School, para responder à nossa lista de sugestão de leitura. Confira e conta pra gente qual deles você vai ler:
1. Sugestão da área:
Design Attitude
Autor: Kamil Michlewski
Editor: Taylor & Francis Ltd.
Ano: 2015
Explora a ascensão do design e seu impacto nas culturas organizacionais e a necessidade de introduzir atitudes, comportamentos, habilidades e a mentalidade do designer dentro das empresas com objetivo de transformar empreendimentos tradicionais em iniciativas inovadoras e ousadas. A primeira vez que ouvi falar sobre este livro foi no podcast Não é sobre design, que em seu episódio de estreia traz um debate sobre a obra de Michlewski – Design Attitude. Este livro trata sobre a importância do design como personagem chave na inovação, não apenas pela operacionalização e muito menos pelas ferramentas utilizadas, mas por atitudes específicas que o autor classifica como cinco conceitos:
– Abraçar a incerteza e ambiguidade;
– Engajar através da empatia profunda;
– O poder dos cincos sentidos;
– Paixão por dar vida a ideias;
– Criar novos significados a partir da complexidade.
2. Conhecimentos gerais e outros assuntos:
1808, 1822 e 1889
Autor: Laurentino Gomes
Editora: Globo Livros
Aqui, minha indicação será de uma trilogia, até porque não seria possível dissociar esta obra. Refiro-me à excelente produção do Laurentino Gomes: 1808, 1822 e 1889. Sobre estes livros, digo que realmente lamento imensamente não ter tido acesso a eles quando era apenas um ingênuo jovem estudante do Ensino Médio, isso teria provocado um grande amadurecimento sobre o meu entendimento sobre o que é o Brasil. Estes livros apresentam um retrato cru da constituição do Estado brasileiro, propõem um mergulho na história, com uma narrativa que traz uma sensação de viajar no tempo e compreender os fundamentos de nossa identidade.
3. Para lazer e descanso:
Já nem me lembro se somos muquiranas ou espertos
Autor: Scott Adams
Editora: Conrad
Pra fechar o set de indicações, agora na linha relax, minha indicação vai para o livro Já nem me lembro se somos muquiranas ou espertos, do personagem de quadrinhos Dilbert do autor Scott Adams. Para ser sincero, considero toda coleção do Dilbert hilária. Scott Adams consegue ironizar com grande maestria o universo de trabalho das empresas de tecnologias. Outro ponto que considero fantástico nos quadrinhos do Dilbert é que não existe um personagem humano que se sobressaia sobre os outros (tirando o cachorro Dogbert), no final todos estão no mesmo barco furado. Considero esta perspectiva de ironizar com as inconstâncias da vida: algumas vezes você se vê por cima, mas sempre se sente por baixo. Uma maneira de rirmos de nossas fragilidades e encarar a vida com mais leveza.