A Tecnologia da Informação (TI) é uma área-meio que potencializa modelos de negócios e inúmeras possibilidades. Neste momento de atenções voltadas para a saúde, muitos sistemas estão postos em xeque no mundo e a tecnologia, em suas diversas formas, traz reflexões e experiências que mostram sua importância para o funcionamento da sociedade e para as relações humanas.
A TI é um habilitador no conjunto de objetivos para um desenvolvimento sustentável e vai ajudar na condução de uma mudança geral que será, por certo, necessária após este episódio pandêmico. “Descobrimos que estamos todos os vulneráveis – obviamente os mais pobres mais do que os mais ricos, como sempre – mas não existem barreiras. Será necessário reorientar, inclusive, a maneira como se faz negócios para que tenhamos um mundo menos desigual e preparado para esse tipo de situação. A tecnologia é um habilitador disso, um elemento central para que essa reorientação aconteça”, diz o gerente de Empreendedorismo do Porto Digital, André Araújo.
Se este ainda é um momento é de entender como manter a relação com clientes, como tocar projetos em curso e decisões como férias e cortes de custos, é também necessário pensar como passaram as empresas após. “Como funcionarão daqui a cinco ou seis e entender que as relações, inclusive as de consumo, não será mais a mesma”, diz o diretor executivo do CESAR Labs, Ivan Patriota.
Ele destaca que, por ora, as empresas que já investiam estrategicamente em tecnologia já têm à mão canais de soluções. Uma rede de magazines, explica, que tem 1.300 pontos físicos passou a investir no e-commerce há 10 anos – hoje, não só dispõe de uma ferramenta para continuar faturando como abriu espaço para que pequenos varejistas também utilizem o canal e consigam vender. Um bom exemplo de como a TI funciona.
André Araújo diz que o domínio da tecnologia permite que se consiga que inovações relevantes atinjam uma quantidade maior de pessoas de maneira mais coordenada. “Ao mesmo tempo que produz hardwares, essa tecnologia produz soluções de ponta nas análises técnicas, ela se alia às pesquisas aplicadas, que não podem ser esquecida. É o que estamos vendo agora: o preço que pagamos por termos negligenciado um conjunto de estruturas que tem que ser potencializado para evitar que esse tipo de coisa aconteça”. No entanto, Araújo explica que a própria TI dá a chance de correr atrás, recuperar o tempo perdido e alcançar escala rapidamente: seja para tratar pessoas, para prever situações ou tratar recursos e negócios, por exemplo.
“Veja aí a Prefeitura do Recife lançando uma aplicação que vai permitir a triagem de pacientes, a indicação para o atendimento específico e o agendamento de horário. Isso vai gerar um mapa epidemiológico que vai permitir também, por outro lado, que a gestão e o sistema de saúde possam mapear os recursos, as ocorrências, para entender como quebrar cadeias de contaminação. O uso da tecnologia aí como ferramenta meio para obter um fim epidemiológico, de controle sanitário, de proteção, é um exemplo muito claro”, ensina o gerente do Porto Digital.
Aliás, no CESAR e no Porto Digital, os programas de empreendedorismo já demonstram uma mudança de visão dos empresários, novos ou experientes, cujas ideias têm relação com a resolução de grandes problemas sociais, a exemplo da saúde. Para Ivan Patriota, haverá uma evolução inevitável, em todas as relações. “O CESAR já entendia que a tecnologia era um caminho sem volta, mas, agora, com essa situação maior, a gente vê hipóteses sendo validadas”, afirma.